Mulheres fazem história na LDF

29/05/2023 - Situação: Publicado
Mulheres fazem história na LDF


Em muitos lugares do mundo mulheres têm dificuldades em se inserir no ambiente esportivo que, historicamente, é composto majoritariamente por homens

 

** NOTA: MATÉRIA DESENVOLVIDA PELOS ACADÊMICOS DE JORNALISMO DA UNISOCIESC QUE ACOMPANHAM O DIA A DIA DA NOVA LDF NAS RODADAS DA TEMPORADA 2023.

 

 Nova LDF, Liga de Futebol Society de Joinville, cumpre seu papel para mudar um cenário muitas vezes machista presente no esporte. Com uma equipe de cinco colaboradoras, elas contribuem para o funcionamento da estrutura da Liga e são responsáveis pela organização dos jogos e arbitragem.

 Gabrielly, Anny, Aline e Clara encontraram na LDF a disposição de incluí-las no meio esportivo que é tão desafiador. O diferencial que elas carregam consigo, é a paixão pelo futebol junto com o empenho e a seriedade profissional. Essa junção gera bons resultados dentro da Liga, que tem como objetivo unir o amor pelo futebol com uma estrutura que propicia experiências de jogadores profissionais.

Responsável por marcar as faltas cometidas e outras informações ocorridas durante os jogos, a mesária Gabrielly Alves de Souza, tem como inspiração o jogador Cristiano Ronaldo, que a fez gostar de futebol. Para ela toda história de vida dele influenciou tanto em sua vida profissional quanto na pessoal. Como mulher inserida no meio futebolístico, Gabrielly relata: “O simples fato de ser mulher já é um desafio, mas é isso que me motiva mais ainda. Antigamente não se via mulher nesse meio e cada dia que passa isso vem crescendo, mulher entendendo mais que homem, mostrando que faz a diferença”.

Já a árbitra e mesária, Anny Toniotti da Silva,  conta sua visão sobre participação feminina no futebol: “Acredito que é muito importante que as mulheres se interessem por futebol. Em um cenário extremamente masculino estamos tomando força e nos unindo para mostrar que a Liga está disposta e quer nos incluir num cenário que infelizmente é de maioria homem’’ concluiu Anny.  Além disso, ela compartilhou que se sente segura por estar rodeada por mulheres e que deseja mais igualdade e reconhecimento no ramo futebolístico. 

A chefe de governança, Aline Silva, realiza suas atividades na Liga desde o começo do ano de 2022. Ela atua nas tomadas de decisões que fortalecem a imagem tanto interna quanto externa da Liga. Para Aline, a representação é o que define o empoderamento feminino dentro do meio esportivo, para que outras mulheres possam se influenciar e desenvolver, onde queiram.

Como chefe de governança, Aline acredita que o diferencial feminino na liga traz resultados positivos: “Mulheres naturalmente, são mais detalhistas, isso traz um toque especial pra Liga. E também, inúmeras mulheres passam por lá todos os domingos, esposas, mães, filhas… é uma maneira delas se sentirem representadas nesse universo, e sentirem que é um ambiente acolhedor para todas”, reforça ela, que ainda acrescenta:  “A frase ‘O lugar de mulher é onde ela quiser’ está sempre fixada na minha cabeça e levo isso comigo pra onde quer que eu vá’’, finaliza.

Clara, que também é mesária, diz ser apaixonada pelo esporte. Ela comenta sobre seu maior desejo: “Quero que tenhamos mais espaço nesse cenário, que existam cada vez mais mulheres em posição de poder dentro do esporte, como mesárias, jogadoras, técnicas, juízas, narradoras. Desejo que tenhamos igualdade de salário, cargos e que mesmo com dificuldades não tenhamos medo de se impor. Que todas as mulheres sejam respeitadas e nunca descredibilizadas pois mulheres podem tudo e muito mais.”

Quando questionada sobre o que diria para o seu eu mais jovem, Clara afirma que falaria para seguir sua paixão e não ligar para o comentário dos outros, pois o importante é fazer o que gosta. “No caminho você vai encontrar pessoas com a mesma paixão que você e com força de vontade e sede de mudança”, afirma.

Para as futuras profissionais no meio futebolístico, Gabrielly de Souza deixa um recado: “Desejo que nenhuma delas sintam medo de estar no ramo, que nenhum preconceito as desanime. Que as mulheres dominem o cenário do esporte e mostrem que podemos chegar aonde quisermos unidas”.

TEXTO: Evelyn de Castro Mendes e Larissa Dams
FOTOS: Gabriel Weiss